Então oquei, esta é uma fórmula para renascer um blog empoeirado e com teias de aranha, chegar em casa levemente alcoolizado, com uma certa inspiração e uma garrafa de vodka no congelador; agradecimentos a pessoinha que a trouxe, e pediu para guardar, mas parece que não vai durar.
Mas a inspiração em si não tem a ver com a quantidade de sangue em minha corrente alcoólica.
Esta noite no Edvino, que não contava com meu maître e sommelier (sommelier do sommelier), e meu bartender [bartender do bartender (quem não entender, leia alguns posts abaixo)] decidiu colocar no vídeo do restaurante pela zilionézima vez o filme “O Julgamento de Paris”, e eu jurava que iria chegar em casa e ver o filme completo, porque sei ele todo em nuances durante todo o serviço no restaurante, mas algo me martelava a cabeça.
O filme em si, mostra que os vinhos americanos eram de excelente qualidade, e na época superaram clássicos de uma França decadente. Oquei, o filme valoriza o orgulho americano em mais um aspecto, mas eles realmente são bons, pois tinham como padrão os melhores. Mas...
Mas o mundo atual trouxe outras configurações, e com estudo e técnica, qualquer idiota do mundo pode fazer um vinho bom. Abre parênteses (bom, significa, vinho que vende).
Estou cansado de tomar vinho em que todos parecem o mesmo, e me desculpem argentinos e chilenos, não há nenhuma novidade. Todos os vinhos TÍPICOS (atenção para a caixa alta) parecem mais do mesmo. Quando penso em qualquer país da Europa, cada uma vila, condado ou cidade nos mostram um vinho diferente, e esta é a surpresa!!!
Tenho provado vinhos brasileiros, e por favor me desculpem, o próximo “Julgamento em Paris”, nós ganhamos. Durante muito tempo vi os vinhos brasileiros superados em preço pelos argentinos-chilenos, mas isso acabou. Vejo muita gente pagando por vinhos inferiores aos “nossos”.
Ouvi dizer que os nossos espumantes são excelentes, e comparados a Cava da Espanha, com licença, são muito melhores. Ouvi também que os “merlot” brasileiros estão saindo muito bem, mas qualquer que seja o estilo do vinho, o Brasil não está perdendo para ninguém.
Espero que mais pessoas percam o preconceito, e abram um bom vinho brasileiro, hoje tive um belo exmplo disso, e abaixo seguem minhas recomendações.
- Villagio Grando Innominable Lote IIIEste é o melhor vinho tinto brasileiro que eu já provei. Me lembra bordeaux, elegante e escondido, abre muito em taça.
- Lidio Carraro Quorum Grande VindimaEste vinho precisa ser aerado porque ainda tem muitos anos para evoluir, esta fabuloso em aroma e sabor, mas pode melhorar.
- Miolo Merlot TerroirAqui encontrei a tipicidade da merlot. Grande equilibrio, nunca perde para um Pomerol.